domingo, 27 de dezembro de 2009

Regresso às Origens II – O Reencontro com os “Mestres”

Biblioteca da Escola Secundária de Diogo de Gouveia, 10 de Dezembro de 2009, 20 horas.



Aconteceu o 2º momento de diálogo em redor da «Operação Dominó». Depois do encontro com alunos de literatura, foi a vez dos professores e dos adultos frequentadores do projector de Educação e Formação de Adultos da instituição.


Todas as apresentações diferem umas das outras. Esta constituiu um momento particularmente curioso com um aroma a nostalgia sublime.



Naquele espaço de cultura, sobrevivente à hecatombe do progresso que transformou, temporariamente, o edifício mítico num monte de escombros de betão, deu-se o encontro mágico entre o autor e os seus antigos “mestres” das letras. Partilharam-se vivências, trocaram-se experiências, e reviveram-se momentos inscritos na enciclopédia intelectual dos participantes.




Em redor da «Operação Dominó» evoluíram leituras de passagens marcantes do texto, enunciaram-se temáticas (problemática da droga nos meios rurais, a falta de perspectivas das populações isoladas, a prostituição, os contrastes culturais, os traços que marcam as tradições da ruralidade profunda, etc..) e propuseram-se reflexões mais e / ou menos filosóficas sobre as mesmas.



No final, houve tempo e espaço para um momento de confraternização entre os presentes.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Regresso às Origens

Aconteceu dia nove de Dezembro a primeira sessão de Luís Miguel Ricardo na Escola Secundária de Diogo de Gouveia em Beja.

Público alvo: duas turmas de literatura do 11º ano. Não foi uma apresentação orientada para a Educação e Formação de Adultos, nem uma apresentação generalista. Foram 90 minutos de conversa à volta dos livros, mais concretamente à volta do enredo que dá forma à Operação Dominó.



Contando com a participação dinâmica da Professora Emília Polaco (bibliotecária da Escola e promotora do evento), e a colaboração do Professor António, a obra foi sendo percorrida em conjunto pelas várias vielas literárias que a mesma nos abre quando nela pretendemos indagar.


O universo das alcunhas e das expressões típicas, e a sua importância na caracterização cultural de um povo e de uma região; os contrastes existentes entre dois mundos tão distintos (Alentejo e Estados Unidos da Américas) e as consequências que daí podem advir; a origem de um texto literário; o tempo que decorre entre a sua iniciação e o chegar ao circuito comercial; os novos tempos e a literatura; entre outros, foram temáticas abordadas nesta conversa agradável e enriquecedoras para todos os intervenientes.

No final, foi lançado aos presentes (alunos), assim como a todos os alunos da escola, o desafio de participarem numa oficina de escrita criativa.
Uma iniciativa muito aplaudida pelo autor e que serviu para recordar e partilhar os seus tempos naquela escola e as alternativas existentes aos ateliers de escrita – a comunicação social local apresentava-se como a “escola” mais acessível para quem ambicionava dar asas às palavras imergidas do âmago escrevente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Aconteceu na Escola Secundária de Valbom


Foi no passado dia 30 de Novembro que a «Operação Dominó» se mostrou nesta escola do Concelho de Gondomar. Integrada no programa da 21ª feira da livro, a «Operação Dominó» foi apresentada, explorando-se a valência da Educação e Formação de Adultos. Temas como: os Processos de RVCC; Balanço de Competências; Temas de Vida; Organização de Portefólios; Transferência de Saberes; entre outros, constituíram a linha evolutiva da palestra, na qual estiveram presentes professores da escola (valência EFA e outras); alunos EFA e alunos de outras modalidades escolares e alguns encarregados de educação.



Homenageou-se o livro. O livro como elemento mágico que guarda dentro das suas entranhas mundos secretos, emoções antagónicas, estórias de amores, ódios, paixões, desilusões, em suma, um universo de vivências dispares encerradas sobre si mesmo, que só necessitam de uns olhos atentos e uma mente receptiva para lhe abrir a porta, para lhe conferir vida, para o fazer passar de potência a acto. É assim o livro, e foi neste contexto que a escola o homenageou através da criatividade de alguns alunos, e foi imbuído deste espírito de magia à volta das letras que a «Operação Dominó» se revelou às gentes do Norte.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Aconteceu no Clube Literário do Porto



«Crime disseram eles …»
Foi este o mote para a conversa em torno da literatura policial em Portugal.
Culpado da trama que reuniu José Carlos Moreira e Luís Miguel Ricardo neste emblemático e nobre espaço cultural da cidade invicta, foi João Carlos Brito - editor da Lugar da Palavra, editora que publicou os dois mais recentes policiais dos autores em foco: «Enquanto as Armas Falavam» - «Operação Dominó».

O encontro realizou-se numa cave com paredes pintadas de preto e decoradas por ilustrações sombrias da mesma tonalidade, chão negro como breu, luz ténue, 13 cadeiras dispostas estrategicamente no espaço e um elevador ao canto que não tinha luz no interior.
Cenário a condizer para a conversa que se havia de prolongar por mais de uma hora. Falou-se das características de um crime em contexto literário-policial, dos estratagemas que envolvem o fenómeno, dos grandes nomes da literatura policial e das suas estratégias para seduzir o leitor, reflectiu-se sobre as novas tendências do crime em literatura. José Carlos (ex. inspector chefe da Polícia Judiciária) partilhou a sua visão mais criminalista do fenómeno, enquanto Luís Miguel explorou a temática enveredando pela perspectiva sociológica e psicológica do crime.
Aconteceu ao fim da tarde principio da noite do dia 28 de Novembro de 2009.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aconteceu «Operação Dominó» na D. Manuel I



Realizou-se no dia 26 de Novembro na Escola Secundária D. Manuel I em Beja, a 1ª apresentação da «Operação Dominó» em cenário escolar. A mesma foi canalizada para as temáticas da Educação e Formação de Adultos, tendo como principais tópicos de desenvolvimento: os Processos de RVCC; Balanço de Competências; Temas de Vida; Organização de Portefólios; Transferência de Saberes; entre outros.

Estiveram presentes professores da escola formadores e técnicos do Centro de Novas Oportunidades (desta escola), alunos da modalidade formativa de Educação e Formação de Adultos e adultos certificados através do processo de RVCC de nível Secundário.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Regresso ao Liceu


Dezasseis anos depois de ter deixado a Escola Secundária Diogo Gouveia para ingressar no curso de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa, eis que o regresso acontece.

Não para estudar, não para leccionar, mas para partilhar vivências, emoções, saberes acumulados ao longo de uma vida de experimentações várias, entre as quais, as que brotam do percurso pelos meandros da escrita criativa.

Assim, «Operação Dominó» estará na Escola Secundária de Diogo de Gouveia – Beja em três momentos distintos:

Dias 9 e 15 de Dezembro (10 horas da manhã), à conversa com alunos do 10º e 11º anos – turmas de literatura;
Dia 10 de Dezembro (20 horas), com formadores, professores e alunos das turmas de Educação e Formação de Adultos, explorando-se a abordagem técnico-prática que a obra contém, relativamente a esta modalidade formativa.

domingo, 15 de novembro de 2009

«Operação Dominó» - Próximos Compromissos


Dia 26 de Novembro 19:00 horas – Escola Secundária D. Manuel I – Beja

Apresentação do texto – Orientado para a valência – Educação e Formação de Adultos

Temáticas de abordagem / reflexão / discussão
Temas de Vida
Aprendizagem ao Longo da Vida
Balanço de Competências
Transferência de saberes
Etc..






Dia 28 de Novembro – 18:00 Horas - Clube Literário do Porto – Porto
(Rua da Alfandega, 22 – 222089228)

Participação no «Ciclo de Encontros "um lugar no clube"» uma organização da Editora Lugar da Palavra em parceria com o Clube Literário do Porto.

É objectivo desta iniciativa “fomentar a discussão em torno do livro, tentar contribuir para o aumento dos índices de leitura e literacia, ouvir opiniões sobre temas pertinentes e, claro, promover o contacto entre autor e leitor.

CRIME, DISSERAM ELES – O Romance Policial em Portugal”
Luís Miguel Ricardo (que lançou, recentemente, Operação Dominó, romance policial, de referência, a breve prazo recomendado pela ANQ) e José Carlos Moreira (inspector-chefe aposentadoda Polícia Judiciária; autor de Enquanto as Armas Falavam – Lugar daPalavra, 2009 – O retrato de Judite – Campo das Letras, 2005 e Não há CrimesPerfeitos, Asa, 2009). Venceu o Prémio Literário Lino Gomes da Costa (ACICPolícia Judiciária), em 2005 e o Concurso O Meu Primeiro Best-seller (Asa,Continente, jornal Público), em 2009.

Texto da Editora Lugar da Palavra



Dia 30 de Novembro – 19:00 horas - Escola Secundária De Valbom – Gondomar

Apresentação do texto – Orientado para a valência – Educação e Formação de Adultos

Temáticas de abordagem / reflexão / discussão
Temas de Vida
Aprendizagem ao Longo da Vida
Balanço de Competências
Transferência de saberes
Etc..


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

OPERAÇÃO DOMINÓ - Capa do Alentejo Ilustrado


Operação Dominó, de Luís Miguel Ricardo, lançado em Ferreira e Beja Cenário rural inspira policial



O policial começou por ser um projecto de livro técnico sobre Educação e Formação de Adultos, área profissional do autor. Mas a turma inventada ganhou vida e colocou-se no centro da investigação de um homicídio que abalou a aldeia de Vale Seco.


Uma aldeia do interior alentejano. Uma barragem. Uma pescaria. Um crime. Uma vítima mortal e um suspeito em fuga. Um homicídio que passa pelo crivo de uma turma de Educação e Formação para Adultos. Todo o Vale Seco em análise numa sala de aula até ao deslindar do caso, que galga o Atlântico e toca o continente americano. Eis algumas peças do puzzle Operação Dominó, romance policial de Luís Miguel Ricardo, publicado pela editora Lugar da Palavra e lançado há uma semana nas bibliotecas de Beja e Ferreira do Alentejo, localidade onde nasceu o autor há 36 anos. Formador há quase uma década na modalidade de Educação e Formação de Adultos, pós-graduado em Ciências Criminais e com várias experiências anteriores no campo das letras, Luís Miguel Ricardo reúne, pela primeira vez, todos os seus focos de interesse num livro que "é pura ficção" mas que se alimenta de muito do material que vai recolhendo no terreno. Daí nasceram personagens como o casal Cartucho, Jerónimo e Deodata, pais de Toino Bezerra, que foge para os Estados Unidos (região de New England) após o crime da barragem, e se torna num dos principais suspeitos. Ou Carlitos Finezas, que deixou a alcunha de "Dentuço" depois de uma acrobacia mal sucedida em bicicleta. Ou ainda Afonso Picareta, que ganhou fama de amalucado à conta da estação de rádio a que dá voz desde o parapeito da janela. Figuras que materializam os tipos sociais das comunidades rurais que o autor bem conhece e cuja "rudeza e crueza" essenciais são postas em evidência no uso das alcunhas, ao mesmo tempo "veículo de um registo cómico" que atravessa o livro. A obra, em que Luís Miguel Ricardo se estreia por inteiro no registo do policial - Ritos do Desespero, de 2006, já revelava uns laivos - começou estranhamente pelo projecto de um livro técnico sobre Educação e Formação de Adultos (EFA), através do qual o autor pretendia partilhar estratégias de abordagem práticas em torno de questões que preocupam os profissionais desta área. "O que é o tema de vida, como se faz um processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências [RVCC], ou seja, como é que se ajuda as pessoas a desocultar competências que têm escondidas dentro de si e a desmontar aquela ideia do ‘não sei fazer nada'. A primeira ideia era fazer um livro técnico neste âmbito", lembra Luís Miguel Ricardo, que é admirador de Francisco Moita Flores, pelas "tramas policiais", e de Jorge Amado, pela "força das personagens que criou". A componente ficcional surgiu numa segunda fase da ideia, através da "criação" de uma turma de formandos que pudesse ilustrar, tornando mais perceptível, as questões técnicas expostas. Mas logo a turma foi ganhando peso, passando de mero "suplemento ficcional" à obra propriamente dita. E foi aí, recorda o autor, que "nasceu a Operação Dominó", que pode ler ser lido sob várias perspectivas consoante o perfil do leitor. Se para um simples fruidor de literatura, estas páginas poderão ser apreciadas pela trama, em si mesma, marcada pela acção e pelo suspense, pelo cómico das situações embaraçosas mas também pelo drama inerente a algumas temáticas que afectam as populações mais isoladas, para um profissional da formação de adultos poderá funcionar quase como um manual ilustrado. E a analogia mais evidente é a que se pode estabelecer entre a investigação criminal e a investigação de competências. "Há um casal que, por ironia do destino, se aventura a ir para os Estados Unidos à procura do filho e a noção de aprendizagem ao longo da vida está muito presente nesta mãe, que aprende nesta turma conhecimentos que mais tarde vai aplicar. Todo o grupo de formação se reúne em volta dela para trabalharem o tema de vida, justamente ‘contrastes culturais'. Já nos Estados Unidos, a mãe revela maiores conhecimentos sobre a realidade americana do que o próprio filho, porque os aprendeu no tal curso EFA", exemplifica.


Formador e escritor
Logo aos 13 anos, Luís Miguel Ricardo foi distinguido com uma menção honrosa num concurso da Editorial Caminho. É aí que situa o início de uma aventura literária que atravessará outros caminhos, entre a licenciatura em Filosofia da Cultura e Formação Educacional e a pós-graduação em Ciências Criminais. Para além de ter dirigido as publicações "Fazedores de Letras" e "Éthos, Revista de Letras", o autor de Operação Dominó arrecadou dois segundos lugares nos concursos literários nacionais Prémio Literário Lindley Cintra (Faculdade de Letras de Lisboa, em 1996) com o conto "Enigma Final", e Prémio Nacional Literário Fialho de Almeida (Câmara Municipal de Cuba, em 2005), com o título "Fado Sambado". Em 2006, publica o primeiro romance, Ritos do Desespero, mantendo-se hoje como colaborador assíduo do "Jornal de Ferreira". É formador no Centro Novas Oportunidades do Centro de Formação Profissional de Beja e tem em mente outros projectos no universo das letras.

autor Carla Ferreira texto José Serrano fotos 30/10/2009 - 10h34

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Apresentação em Beja



Apresentação realizada na Biblioteca Municipal José Saramago em Beja no dia 24 de Outubro de 2009, às 17 horas.

Esta apresentação abriu a rubrica promovida pela Biblioteca intitulada: «À Conversa com “B” de Beja», tendo o autor sido o 1º convidado da iniciativa.

Com uma audiência bastante satisfatória, falou-se de literatura, traçaram-se perfis de leitores para a obra (Leitor Profissional da Formação; Leitor adepto da Criminologia; Leitor Amante da Literatura), reflectiu-se sobre o “Fado” do povo alentejano, a crueza das vivências, etc..

Como dinamizadores oficiais da apresentação da obra e da rubrica estiveram: A Directora da Biblioteca José Saramago – Paula Santos; o Editor da Lugar da Palavra - João Carlos Brito; O Contador de Histórias – Jorge Serafim e o autor - Luís Miguel Ricardo.















Apresentação em Ferreira do Alentejo



Apresentação efectuada na Biblioteca Municipal de Ferreira do Alentejo no dia 23 de Outubro de 2009, às 21 horas.


Foi num ambiente acolhedor / "intimista" que aconteceu a ante-estreia da obra «Operação Dominó».


Mais do que uma apresentação formal, foi uma conversa entre pessoas com alguns pontos comuns. falou-se de literatura, de raizes culturais, de projectos futuros entre outros assuntos que a naturalidade de um momento bem passado faz emergir do âmago dos presentes.


Como animadores oficiais da apresentação da obra estiveram O Presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo - Anibal Costa; o Editor da Lugar da Palavra - João Carlos Brito; e o autor - Luís Miguel Ricardo.

domingo, 25 de outubro de 2009

LIVRARIAS ONDE SE ENCONTRA A «OPERAÇÃO DOMINÓ»

Aveiro
ABC
Rua José Estêvão, 56
3800-201 Aveiro
Telef.: 234 427 897
e-mail: abc.aveiro@gmail.com

Barreiro
Livraria du Bocage, Ldª

Av. Alfredo da Silva, 34-B
2830-302 Barreiro
Tel.: 212 071 967

Beja
Estudantina - Papelaria e Livraria Lda.
Lg. Escritor Manuel Ribeiro, 4
7800-421 Beja
Tel.: 284310110

Livraria Lupynand
Lg. Escritor Manuel Ribeiro 2
7800-421 Beja
Tel.: 284324163

Braga
Centésima Página

Av. Central, 118-120
4710-229 Braga
Telef.: 253 267 647

Caldas da Rainha
Loja 107 - Livraria, Ldª

Rua Heróis G Guerra, 107- 109
2500-215 Caldas da Rainha
Tel.: 262 824 462
Fax: 262 843 103

Castelo Branco
Kiosk Vidal

Alameda da Liberdade
6060 Castelo Branco
Tel.: 272 343 145

Coimbra
Livraria Papelaria 115

Pr. 8 de Maio, 29
3000-300 Coimbra
Tel.: 239 853 309
Fax: 239 832 343

Évora
Eborense

Rua da Misericórdia, 9
7000-654 Évora

Fafe
Altamira

Rua Montenegro, 198
4820-280 Fafe
Tel.: 253 599 557

Ferreira do Alentejo
Soclaru - Livraria e Papelaria Lda.
Av. Gen. Humberto Delgado 17
7900-555 Ferreira do Alentejo
Tel.: 284084273

Funchal
Esperança

Rua dos Ferreiros, 119 a 156
9000-082 Funchal

Gondomar
Juvenil

Rua do Monte Crasto, 71-75
4420 Gondomar

Guimarães
Centésima Página

Cine-Teatro S. Mamede

Lamego
Livraria Lameg ArteUrb.

Qta. Rabolal, Bl 2 - LJ 2
5100-949 Lamego
Tel./Fax: 254615521
E-Mail: lamegarte@oninet.pt

Leiria
Livraria Boa Leitura, Ldª
Av. Dr. Francisco Sá Carneiro,Edifício Terraços do Liz, Lote 2, Piso 1, Loja 4
2400-145 Leiria
Tel.: 244 831 830 / 244 831 825

Lisboa
Apolo 70

Centro Comercial Apolo 70
Av. Júlio Dinis, 10-A - loja 27
1069-216 Lisboa
Tel.: 217 968 826

Pó dos Livros
Av. Marquês de Tomar, 89 A
1050-154 Lisboa

Montemor-o-Novo
Livraria Fonte de Letras, Ldª

Rua das Flores, 10-12
7050-186 Montemor-o-Novo
Tel.: 266 899 855
e-mail: fontedeletras@mail.telepac.pt

Porto
José Alves

Rua da Fábrica, 74
4050-246 Porto

Latina
Rua de Santa Catarina, 2-10
4000-441 Porto

Livraria Argus
Rua Alexandre de Braga, 48 - r/c - a
4000-049 Porto
Tel.: 222089013
Fax: 222087954

Póvoa de Varzim
Livraria Graça

Rua da Junqueira, 46
4490-519 Póvoa de Varzim
Tel.: 252 622 233

Rio Tinto
Livraria Avenida

Av. D. João I, 515
4435 Rio Tinto
Tel.: 224 894 713

Cavada Nova
Rua Fernão de Magalhães, 610 - r/c
4435-246 Rio Tinto
Tel.: 224 898 460
Fax: 224 862 527

Serpa
Espaço VOL
Largo 5 de Outubro, 7
7830-325 Serpa
Tel.: 284540580
e-mail: livraria@vol.com.pt

Sines
A das Artes
Av. 25 de Abril, 8 - loja C
7520-107 Sines
Tel.: 269 630 954
e-mail: adasartes@bluemel.pt

Tomar
Livraria e Papelaria Nova, Ldª

Rua de Manuel Matos, 17 - r/c
2300-508 Tomar
Tel.: 249 323 362

Valongo
Livraria Casa Branco

Av. 5 de Outubro,Com Vallis Longus - loja M
4440-503 Valongo
Tel.: 224 221 377

Viana do Castelo
Geográfica - Livraria e Papelaria, Ldª

Rua Manuel Espregueira, 89
4900-318 Viana do Castelo
Tel.: 258 826 357

Vila Praia de Âncora
Pára e lê

Rua 31 de Janeiro, 47-A
4910-455 Vila Praia de Âncora

Vila Real
Livraria Branco

Rua Dr. Roque da Silveira, 95-97
5000-630 Vila Real
Tel.: 259 322 829

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os Dias "D"s


É já amanhã que a «Operação Dominó» se mostra para o público. Estamos a terminar uma fase desta aventura literária. O livro está aí ... disponível para todos os leitores que o desejem conhecer ...

Os desafios que deixo neste blog daqui para a frente, passa pelo acompanhar a vida desta obra ... opininando, trocando ideias, críticas, etc.. Sendo o objectivo principal, fazer da «operação dominó» um pólo de dinamização cultural, que reuna em seu redor uma panóplia de mentes abertas à reflexão e à partilha construtiva de pensamentos singulares e / ou colectivos.


Amanhã a apresentação acontece em Ferreira do Alentejo às 21 horas na Biblioteca Municipal, estando presentes na dinamização da iniciativa o Sr. Presidente da Câmara Municipal - Anibal Costa; o Editor Literário da Lugar da Palavra João Carlos Brito; e eu, o Autor Luis Miguel Ricardo.


No Sábado a apresentação acontece em Beja, às 17 horas na Biblioteca José Saramago, estando presentes na dinamização da iniciativa a Directora da Biblioteca Paula Santos; o Editor Literário da Lugar da Palavra João Carlos Brito; o Contador de Histórias Jorge Serafim; e eu, o Autor Luis Miguel Ricardo.

sábado, 17 de outubro de 2009

Achado na Barragem


(...)

"Enquanto os cenários distintos evoluíam na sala de aula, a alguns quilómetros de distância, numa das margens da Barragem da Desgraça, o rebanho de ovelhas de Marcelino Fezes saciava a sede matinal na escassa água que ainda resistia ao Verão rigoroso.
- Ajuda, o que trazes tu na boca? Um osso? Onde fostes buscar essa porcaria?
Encostado ao cajado, de cigarro descaindo no canto da boca, Marcelino observava com a atenção tranquila das pessoas serenas os movimentos mandibulares do rafeiro corpulento, que continuava a roer com apetite voraz o pedaço de osso descoberto em local indefinido.
Quando o cão malhado que acudia pelo nome de Ajuda terminou o manjar ósseo, voltou a afastar-se do pastor, galgando entre as ovelhas até um local da barragem onde a profundidade da água não ia além de dois palmos. Marcelino seguiu-lhe o rasto com o olhar calmo por debaixo da aba larga do chapéu de palha.
Semi-submerso, um invólucro esbranquiçado, com letras vermelhas pouco nítidas, exibia-se ao longe e atraía o faro canino.
Empenhado em quebrar a monotonia do ofício, Marcelino, em passada lenta, aproximou-se do local onde o cão continuava a debater-se com o conteúdo do invólucro.
- Que é que tu tens aí Ajuda?
O cão ignorou-lhe a presença e continuou a desesperante batalha com o saco de plástico de dimensão volumosa.
- Deixa-me lá ver o que tens aí!
Com o cajado esboçou uma tentativa de afastar o cão, mas a reacção do animal revelou-se agressiva, exibindo-lhe a dentição cuidada e rosnando-lhe em tom ameaçador.
- Queres ver que levas com o bordão nos cornos!?
Infernizado com a atitude indomável do canino, e permutando subitamente a sua postura plácida, passou, num ápice, da ameaça à concretização, e duas bordoadas certeiras no lombo do animal afugentaram-no do petisco por si descoberto.
Ao largo, o rafeiro malhado digeria os efeitos dolorosos das pancadas esganiçando-se conformado, enquanto o dono, com destreza súbita e insólita se abeirava do invólucro, remexendo-lhe, primeiro com a ponta do cajado, e depois, com as duas mãos, arrastou-o com dificuldade para uma zona seca.
- Que merda é esta que está aqui dentro?"

(...)


O que será que está dentro do saco???

A nossa trama atinge o climax. Até ao final do texto será uma odisseia vertiginosa e desenfreada em busca da VERDADE DOS FACTOS ...

Desafio o leitor neste último post (com conteúdo do texto) antes da obra ser apresentada ao público (é já dia 23 e 24 de Outubro) a engendrar uma tentativa de adivinhação do final. Sejam criativos ...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Visita ao Two Lights State Park


" Portland (Maine – EUA), 25 de Junho de 2006.

Oito horas da manhã iam marcando os relógios na costa Este dos Estados Unidos da América. O céu estava limpo e a temperatura amena. Na Main Street de Scarborough o movimento rodoviário intensificava-se. Encostado ao Cadillac branco, Toino Bezerra, de óculos escuros pouco discretos, seguia com entusiasmo o deambular gracioso de uma mulher trajada com a farda das funcionárias de limpeza do motel, que caminhava na sua direcção.
- Hi! How are you?
- I am góód! – respondeu Toino Bezerra, carregando nos assentos inexistentes dos dois “ós” e surpreendendo a mulher amulatada.
- Ho! My God!
- Bom como ó milho! – murmurou em português, de olhos fixos no traseiro largo da mulher mulata, que seguia a marcha abanando a cabeça com indignação e gesticulando o sinal da cruz.
(…)
Meia hora depois o motor do Cadillac Seville voltava a roncar pujante, infiltrando-se na Main Street e seguindo na direcção de Portland. Sem enganos de maior, percorreram a baixa da cidade, e depois seguiram para South Portland. Dois faróis e um parque verde paralelo à baia e à praia de areia grossa ocuparam as atenções da família Cartucho. A manhã ficou completa com a visita ao Two Lights State Park, um espaço de natureza verdejante com dimensões imensas. Nele, mulheres e homens de gorduras disformes, sentados em cadeiras de praia rasteiras ao solo, recriavam-se com papagaios de papel coloridos. No circuito de terra junto das falésias escarpadas, atletas domingueiros exercitavam a forma física, enquanto no amplo relvado central, um grupo de jovens ruidosos mas disciplinados jogavam frisbee.
Junto das árvores, sem vergonha dos movimentos díspares que evoluíam no parque, esquilos atrevidos observavam com atenção natural a tranquilidade da família Cartucho, refastelada debaixo de uma sombra fresca.
- Aqueles moços pateiam a pastagem toda.
- Então e aqueles ali daquela banda, a quererem levantar voo.
- É a América! – rematou Gerónimo, depois de avaliados os comportamentos dos utentes do parque."


Este texto evolui em dois espaços físicos distintos. Alentejo rural e a região da Nova Inglaterra nos EUA. Os constrastes culturais entre os dois povos estão bem patentes nalgumas passagens da obra. Este é um dos aspectos ricos da literatura - a possibilidade "brincar" com as diferenças culturais das pessoas e, ao mesmo tempo, dá-las a conhecer.

O desafio que deixo neste post é uma reflexão / partilha de situações embaraçosas resultantes de contrastes culturais.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Dia da Viagem para a América


"(...) Os relógios marcavam oito horas da manhã. Era Sábado e dia santo ao mesmo tempo. Vale Seco acordava de uma noite em que houve baile, por homenagem a São João, bebedeiras, zaragatas, facadas e até um tiro sem atirador identificado.
No largo do jardim inacabado, pequenos grupos de habitantes, ainda rodeados de cápsulas de minis e médias consumidas na farra nocturna, comentavam com gosto os acontecimentos da madrugada festiva. Na rua que ligava a parte baixa da aldeia ao centro, um homem de estatura baixa e larga, trajando com a melhor vestimenta do baú das roupas dos domingos e dias santos, circulava em passo apresado.
- Onde irá o Cartucho todo janota e com tanta pressa a esta hora da manhã?
- Então não sabem!? É hoje que ele vai para a América.
- Sempre vai? Eu ouvi a minha patroa dizer isso, mas não acreditei.
- Vai sim senhor! Deve ir chamar o Joaquim das Facadas para os levar a Beja.
- Está boa, esta! O Cartucho mais velho na América! Um homem que praticamente nunca saiu de Vale Seco, agora meter-se numa aventura destas … América…
- Bom dia! – cumprimentou Gerónimo ao passar junto dos grupos que preenchiam de movimentos tranquilos o jardim em fase de acabamentos crónicos.
- Bom dia!
Sem desacelerar a marcha convicta, o homem de fatiota janota desapareceu na esquina que conduzia ao beco onde morava o improvisado taxista. No jardim, falou-se por mais alguns momentos na suposta viagem do transeunte, e depois voltou-se ao tema forte do dia: - o baile de São João. (...)"

Já imaginaram o tamanho da aventura? Um casal que, praticamente, nunca saiu da sua aldeia e, de repente, lançar-se à descoberta de um mundo que existe para lá dos limites de Vale Seco …
A necessidade desenvolve competências … e quem tem boca vai a Roma …

O desafio que deixo neste post é o de imaginarem o que irá suceder com o casal Cartucho e partilharem no blog. Ou então, partilharem estórias inusitadas resultantes deste confronto cultural …


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Desabafos Marginais



(...)

"Uns metros mais atrás, Filipe Antunes, o formador de Linguagem e Comunicação, dividia a atenção entre a conversa do grupo que seguia na frente e as reclamações do formando do olho branco, que nesta manhã repetia a postura inquietantemente perturbadora das últimas semanas.
- Um gajo deixa-se agarrar pelo cavalo e está fodido para o resto da vida. É sem hipótese. Mais dia, menos dia, e volta lá sempre.
O corpo esguio e vacilante de Mário Gomes caminhava paralelo ao do formador pelo carreiro de terra batida que encurtava a distância para o destino pretendido.
- A prisão foi outra foda! Um gajo cai lá dentro e nunca mais volta a ser o mesmo gajo. Quando sai trás um carimbo. Ninguém lhe dá importância. Todos fogem dele, como se tivesse alguma doença pegajosa.
- Quanto tempo esteve preso?
- Cinco anos que pareceram uma vida. Cada dia passado do lado de lá dos muros equivale a um ano de torturas cá fora. Um gajo sente-se … encurralado, controlado, e depois, desesperado pela falta do cavalo. Um gajo lá dentro faz qualquer coisa para conseguir a dose.
Mantendo uma postura assertiva mas sem demonstrar interesse excessivo pelo discurso melodramático do ex-recluso a ressacar, Filipe atrasou propositadamente o passo, de forma a manter os desabafos longe do entendimento dos restantes membros do grupo.
- Até o sabonete eu passei a apanhar para conseguir a dose.
Um acesso de raiva súbita, fê-lo cerrar os punhos e cravar as unhas nas palmas das mãos.
- Foda-se! Que merda de vida!
(…)

As mãos de Mário continuavam a tremer perturbadoramente e os olhos teimavam em não se conseguir fixar em ponto algum existente no meio circundante. Filipe olhava-o com aflição ascendente. O grupo que seguia imediatamente à frente cessou a marcha e fixou-se por momentos na estranha agitação do homem do olho ausente.
- Aquele sujeito já está outra vez do mesmo jeito.
- Aquilo deve ser doença.
- Tem jeitos de gripe. O homem treme por tudo quanto é lado e alaga-se em água.
- Não, mestre Toino! Aquilo ali é coisa pior! Eu conheci-o quando ele trabalhava no Bataclã do meu amigo Perna-Curta.
Por momentos as observações ocasionais cessaram e as atenções centraram-se nas palavras de João Balelas.
- Era ele quem arranjava as gajas. Cá para mim ele não devia dar emprego a nenhuma sem antes lhes testar os atributos.
- Estou a perceber! O sujeito deve ter apanhado uma dessas doenças que andam por aí.
- O gajo deve ter sida.
- Ou caliquera!
- Seja uma coisa ou outra, o melhor é a gente não se arrimar muito ao sujeito, não nos pegue ele aquela malazenga."

(...)

Personagens marcadas pelas vicissitudes da vida adquirem uma linguagem rude a roçar o ofensivo. A trama «Operação Dominó» está povoada de personagens "cruas", com vivencias fortes. Ex reclusos, prostitutas, toxicodependentes, proxenetas e traficantes são algumas das peças da Operação.

O desafio que deixo para este post é a uma reflexão sobre a utilização destas personagens estereotipadas na literatura. Positivo? Negativo? Porquê?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bruxarias em Vale Seco

"(...)
- E o caso está praticamente encerrado. Os agentes acabaram neste momento de recolher e selar os últimos objectos. Daqui para já é tudo, devolvo a emissão para os estúdios. Alô Carlos Açorda! A emissão é tua!
«- Obrigado Alfredo Velhaco! Se só agora nos sintonizou, informamos que temos tido no ar uma emissão especial, feita a partir de Vale Seco, local onde foi encontrado hoje de manhã um conjunto de adereços bizarros, que se presume estarem associados à prática de rituais de feitiçaria.»
Uma música popular, que vinha acompanhando em baixo tom o discurso melhorado do locutor da região, começou a entoar forte nos altifalantes do rádio a pilhas de Zulmira.
- Vizinha!
- Vizinha Zulmira!
Uma, duas e três vezes chamaram a mulher de preto carregado. Na ausência de resposta, o nervosismo assumiu o protagonismo junto do portão de ripas de madeira. Preso ao tronco da figueira de grande porte, o Serra d´Aires latia forte e agudizava a preocupação das mulheres da rua.
- Vamos entrar!
Decididas, forçaram o portão e penetraram ansiosas no quintal, encaminhando-se para a porta atarracada, que exibia fitas coloridas na frente.
- Está a ouvir música!? – estranhou Filomena, mal escutou os primeiros sons da melodia brejeira que provinha da casa do quintal.
- Desde que o filho morreu que a mulher nunca mais ligou um aparelho.
- Coisa boa não é! Estou-me a arrepiar toda.
Mas uma mão mais corajosa que o restante corpo enfiou-se pela fresta do postigo semi-aberto e fez accionar o trinco da porta. Um grito de desespero limiar irrompeu estridente no interior, contagiando as duas intrusas que, enervadas aos extremos, berraram forte e descontroladamente.
- Vizinha Filomena!
- Vizinha Zulmira!
- Francisca!
- Vizinha Zulmira!
Pelas frestas das fitas coloridas que protegiam a porta aberta, penetrava a luz solar, iluminando o corpo trémulo de Zulmira que, sentada numa cadeira próxima da mesa, segurava nas mãos a faca das matanças dos porcos.
(...)"
O universo das crenças adquire uma dimensão monstruosa junto das populações mais isoladas. Feitiços e bruxarias apresentam-se como estratégias mágicas de resolução para todas as questões: dinheiro, saúde, amor, vinganças, etc..
Vale Seco, localizado algures num Alentejo profundamente rural, vive essa experiência ...
Desafio os leitores do blog a comentar a temática e a partilhar estórias ou vivências relacionadas com o tema deste post ...

domingo, 23 de agosto de 2009

Rádio Picareta ...


"(...) os estores de uma janela da casa de barras azuis fortes que ficava em frente à Sociedade subiram enérgicos e, do outro lado, assomou-se uma cabeça de cabeleira grande e despenteada e barbas compridas mal cuidadas. Um homem de olhar esgazeado fitou-as sem as ver, enquanto continuava a difundir no microfone da aparelhagem a notícia escutada na Rádio Clube Almocreve.
- Como é que sabes Afonso? – gritou Delmira na direcção do locutor amalucado.
- Alô Vale Seco. Rádio Picareta está no ar. Quem gosta vai delirar, quem não gosta vai escutar:
Um crime foi cometido
Com uma vítima a lamentar,
O criminoso foi detido
E à prisão ele irá parar!
- Quem é que te disse Afonso?
- Alô Vale Seco. Rádio Picareta está no ar. Quem gosta vai delirar, quem não gosta vai escutar:
Um crime foi cometido
Com uma vítima a lamentar,
O criminoso foi detido
E à prisão ele irá parar!
- Quem é que te contou?
- Alô Vale Seco. Rádio Picareta está no ar. Quem gosta vai delirar, quem não gosta vai escutar:
Um crime foi cometido
Com uma vítima a lamentar,
O criminoso foi detido
E à prisão ele irá parar!
- Não se meta com ele prima Delmira, não se faça ele para aí de parvo! Com aquelas pessoas assim, quanto menos conversa melhor. No outro dia armou-se em engraçado com a vizinha Joaquina Corneta. Se não fosse olhando ao Celestino Picareta e à Hilda, ela tinha-lhe dado com um pau pelos cornos.
- Estou já calada. Deus Nosso Senhor nos livre disso.
- Mas então sabe o que é que ele fez!?
A mulher mais baixa e magra, esforçando-se por desviar o olhar da janela ocupada pelo homem dos cabelos despenteados, abanou timidamente a cabeça e preparou-se para a revelação.
- A mulher vinha da loja do Zé Silvestre, ele viu-a, meteu-se atrás dela com a coisinha da banda de fora das calças e … foi uma vergonha!
- Mas veja lá para onde lhe dá a doidice!?
- É verdade prima Delmira. Temos que ter cuidado com estas pessoas! Sabe depois o que ele fez!? Veio para casa, ligou o aparelho e descompôs a mulher ao micro. (...)"


Criativos, Loucos ou génios, todas as povoações têm os seus ... Vale Seco não é excepção.

Afonso Picareta, homem "louco" com a fixação pelo universo da comunicação ... uma estação de rádio que dá vóz aos sentimentos de um homem cujo ID e o EGO se confundem por ausência de SUPER-EGO ...

Opinar sobre estas figuras "especiais" e partilhar as suas estórias, são o desafio que lanço neste novo post ...

domingo, 16 de agosto de 2009

Mudança de Alcunha ...


"Engoliu o último naco de pão e fitou com nostalgia o horizonte plano e verdejante. Já perdera a conta ao número de vezes que olhara em vão a estrada que vinha da aldeia e que continuava a estender-se solitária sobre a planície. Já tinham passado mais de duas horas desde a caçada à minhoca na estrumeira comunitária, e de Toino Bezerra nem sinal.
- Então Finezas! – gritou um rosto barbudo, esgueirando-se pela janela de uma 4L com chassis enferrujados.
- Vai pró cabrão que te fez, Beiçudo de merda! – murmurou baixinho, elevando a mão e devolvendo o cumprimento gestual.
Uma onda de raiva agitou-lhe o espírito brando e fê-lo cerrar os punhos por momentos. À memória chegaram-lhes, em tumultos dolorosos, fragmentos dispersos do dia em que deixou de ser Carlitos Dentuço para se tornar eternamente Finezas.
Era Verão e os dias abafados convidavam a rapaziada mais velha e destemida a beber umas cervejas e a fazer porcarias na Barragem da Desgraça e nos eucaliptais contíguos.
Naquela altura, o lago secava todos os anos entre os meses de Junho e Setembro, e a bacia era aproveitada para múltiplas actividades lúdicas. (…)
E foi numa dessas tardes de paródia contínua na bacia seca da Barragem da Desgraça, que Felizardo Beiçudo, o rapaz das barbas ralas, lábios salientes e revirados e porte altivo, propôs um desafiou irrecusável a Carlitos Dentuço. Apostou com ele, como não conseguia descer o paredão da barragem com a bicicleta de mudanças que lhe tinham oferecido pelos anos no último mês de Maio. O prémio, se conseguisse concretizar a fineza, seria um passeio pelo eucaliptal com Silvina Relaxada, situação negociada na véspera com a patrocinadora do galardão. (...)
No cimo do paredão, Carlitos Dentuço mostrava-se ao auditório. O rapaz da aposta e toda a sua trupe incentivavam-no a concretizar o feito. Uma rapariga loura de mini-saia escandalosa e sardas no rosto decorado com pinturas excessivas olhava-o com um sorriso amplo e convidativo, por entre um trago de cerveja e uma passa no cigarro de filtro inexistente.
A bicicleta resplandecia com os últimos raios de sol daquele dia de Verão abrasador. Cá em baixo, na bacia central da barragem, a plateia mais velha gritava pelo nome de Carlitos Dentuço, alternando o olhar incisivo sobre o paredão de cimento rugoso e as garrafas de cerveja com que procuravam combater o calor e animar a alma.
Sentando-se com agilidade sobre o selim de cabedal verdadeiro, o rapaz da aposta olhava com altivez o auditório eufórico, exibindo com graciosidade a dentição frontal saliente.
- Desce! Desce! Desce! Desce!
As palavras da plateia em êxtase penetravam-lhe nos ouvidos deslumbrados e, no âmago, elevava-se um sentimento sublime. De entre todos os rostos, um havia que mais o cativava no seio da multidão jovial. A rapariga loura das sardas graciosas em volta do nariz arrebitado contribuía, com a sua voz esganiçada, para embelezar o coro imenso que o incentivava a descer. Na mente, por entre receios e esperanças desfilava graciosa a imagem idealizada do passeio no eucaliptal.
Elevando os braços para a assistência pela última vez, e fixando o rosto quase embriagado de Silvina Relaxada, segurou-se aos punhos da bicicleta e mergulhou na imensa rampa de cimento rugoso. O veículo galgou veloz a descida vertiginosa, (…)"


Alcunhas - muitas vezes mais fortes do que os nomes de registo. Uma tradição universal, mas que no meio rural adquire uma outra dimensão social ...
Operação Dominó respeita essa tradição. Faustina Repolho, Toino Bezerra, Finezas, Maria Perneta, Domingas Calhorda, João das Putas, etc.. são algumas das personagens com as quais nos cruzaremos se deambularmos pelos trilhos da operação dominó ...

Qual a justificação para o peso da alcunha na designação das pessoas???
Convido os leitores a reflectir sobre o assunto, comentando o post e partilhando estórias de alcunhas ...

domingo, 9 de agosto de 2009

Um Dia de Pesca ...

"Aldeia de Vale Seco, 9 de Janeiro de 2006.

- Finezas! Cava aqui depressa! Está aqui uma grande a querer fugir.
O sacho de gume aguçado penetrou com violência na terra fresca e lamacenta, e pôs cobro à fuga desesperada da minhoca encarniçada e escorregadia.
Um braço arregaçado até ao cotovelo, exibindo uma tatuagem absurdamente canhestra, desceu sobre o monte de estrume arrancado à terra, e uma mão rugosa, com gestos ágeis e treinados, revolveu os excrementos curtidos e caçou a pobre minhoca em fuga inútil.
- Anda cá magana! Tu vais servir para apanhar, pelo menos, meia dúzia de achigãs de quilo.
- Deixa-te de pantominices e apanha as minhocas. Quero chegar hoje à barragem.
Mais umas quantas sachadas na terra lamacenta e muitas minhocas grossas e lustrosas vieram à superfície. Os braços das tatuagens absurdas moveram-se agilmente no estrume húmido e fedorento, e a lata de salsichas, que servia de recipiente para o isco, esgotou a sua capacidade.
- Já chegam.
- Eu vou à Sociedade buscar umas minis, e tu vê lá se consegues arranjar uma bucha na casa dos teus velhotes.
(…)"


Uma pescaria canhestra em meio rural é o ponto de partida para a trama. O que irá suceder nessa ida à barragem??? Desafio os comentadores a engendrar soluções possíveis ... bons comentários ...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Acicatando o Apetite ...


A pacatez de uma aldeia do interior alentejano é subitamente abalada por um crime de contornos vingativos. Com uma vítima mortal e um suspeito em fuga, a equipa da O.S.I.C. (Organização Secreta de Investigação Criminal) entra em campo. O que à partida parecia um delito de fácil resolução, revela-se, com o avançar das pesquisas, numa complexa e perigosa teia de coincidências e equívocos premeditados. O desenrolar da trama alterna entre dois cenários principais: um Alentejo profundamente rural e a região de New England nos Estados Unidos da América.