domingo, 15 de novembro de 2009

«Operação Dominó» - Próximos Compromissos


Dia 26 de Novembro 19:00 horas – Escola Secundária D. Manuel I – Beja

Apresentação do texto – Orientado para a valência – Educação e Formação de Adultos

Temáticas de abordagem / reflexão / discussão
Temas de Vida
Aprendizagem ao Longo da Vida
Balanço de Competências
Transferência de saberes
Etc..






Dia 28 de Novembro – 18:00 Horas - Clube Literário do Porto – Porto
(Rua da Alfandega, 22 – 222089228)

Participação no «Ciclo de Encontros "um lugar no clube"» uma organização da Editora Lugar da Palavra em parceria com o Clube Literário do Porto.

É objectivo desta iniciativa “fomentar a discussão em torno do livro, tentar contribuir para o aumento dos índices de leitura e literacia, ouvir opiniões sobre temas pertinentes e, claro, promover o contacto entre autor e leitor.

CRIME, DISSERAM ELES – O Romance Policial em Portugal”
Luís Miguel Ricardo (que lançou, recentemente, Operação Dominó, romance policial, de referência, a breve prazo recomendado pela ANQ) e José Carlos Moreira (inspector-chefe aposentadoda Polícia Judiciária; autor de Enquanto as Armas Falavam – Lugar daPalavra, 2009 – O retrato de Judite – Campo das Letras, 2005 e Não há CrimesPerfeitos, Asa, 2009). Venceu o Prémio Literário Lino Gomes da Costa (ACICPolícia Judiciária), em 2005 e o Concurso O Meu Primeiro Best-seller (Asa,Continente, jornal Público), em 2009.

Texto da Editora Lugar da Palavra



Dia 30 de Novembro – 19:00 horas - Escola Secundária De Valbom – Gondomar

Apresentação do texto – Orientado para a valência – Educação e Formação de Adultos

Temáticas de abordagem / reflexão / discussão
Temas de Vida
Aprendizagem ao Longo da Vida
Balanço de Competências
Transferência de saberes
Etc..


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

OPERAÇÃO DOMINÓ - Capa do Alentejo Ilustrado


Operação Dominó, de Luís Miguel Ricardo, lançado em Ferreira e Beja Cenário rural inspira policial



O policial começou por ser um projecto de livro técnico sobre Educação e Formação de Adultos, área profissional do autor. Mas a turma inventada ganhou vida e colocou-se no centro da investigação de um homicídio que abalou a aldeia de Vale Seco.


Uma aldeia do interior alentejano. Uma barragem. Uma pescaria. Um crime. Uma vítima mortal e um suspeito em fuga. Um homicídio que passa pelo crivo de uma turma de Educação e Formação para Adultos. Todo o Vale Seco em análise numa sala de aula até ao deslindar do caso, que galga o Atlântico e toca o continente americano. Eis algumas peças do puzzle Operação Dominó, romance policial de Luís Miguel Ricardo, publicado pela editora Lugar da Palavra e lançado há uma semana nas bibliotecas de Beja e Ferreira do Alentejo, localidade onde nasceu o autor há 36 anos. Formador há quase uma década na modalidade de Educação e Formação de Adultos, pós-graduado em Ciências Criminais e com várias experiências anteriores no campo das letras, Luís Miguel Ricardo reúne, pela primeira vez, todos os seus focos de interesse num livro que "é pura ficção" mas que se alimenta de muito do material que vai recolhendo no terreno. Daí nasceram personagens como o casal Cartucho, Jerónimo e Deodata, pais de Toino Bezerra, que foge para os Estados Unidos (região de New England) após o crime da barragem, e se torna num dos principais suspeitos. Ou Carlitos Finezas, que deixou a alcunha de "Dentuço" depois de uma acrobacia mal sucedida em bicicleta. Ou ainda Afonso Picareta, que ganhou fama de amalucado à conta da estação de rádio a que dá voz desde o parapeito da janela. Figuras que materializam os tipos sociais das comunidades rurais que o autor bem conhece e cuja "rudeza e crueza" essenciais são postas em evidência no uso das alcunhas, ao mesmo tempo "veículo de um registo cómico" que atravessa o livro. A obra, em que Luís Miguel Ricardo se estreia por inteiro no registo do policial - Ritos do Desespero, de 2006, já revelava uns laivos - começou estranhamente pelo projecto de um livro técnico sobre Educação e Formação de Adultos (EFA), através do qual o autor pretendia partilhar estratégias de abordagem práticas em torno de questões que preocupam os profissionais desta área. "O que é o tema de vida, como se faz um processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências [RVCC], ou seja, como é que se ajuda as pessoas a desocultar competências que têm escondidas dentro de si e a desmontar aquela ideia do ‘não sei fazer nada'. A primeira ideia era fazer um livro técnico neste âmbito", lembra Luís Miguel Ricardo, que é admirador de Francisco Moita Flores, pelas "tramas policiais", e de Jorge Amado, pela "força das personagens que criou". A componente ficcional surgiu numa segunda fase da ideia, através da "criação" de uma turma de formandos que pudesse ilustrar, tornando mais perceptível, as questões técnicas expostas. Mas logo a turma foi ganhando peso, passando de mero "suplemento ficcional" à obra propriamente dita. E foi aí, recorda o autor, que "nasceu a Operação Dominó", que pode ler ser lido sob várias perspectivas consoante o perfil do leitor. Se para um simples fruidor de literatura, estas páginas poderão ser apreciadas pela trama, em si mesma, marcada pela acção e pelo suspense, pelo cómico das situações embaraçosas mas também pelo drama inerente a algumas temáticas que afectam as populações mais isoladas, para um profissional da formação de adultos poderá funcionar quase como um manual ilustrado. E a analogia mais evidente é a que se pode estabelecer entre a investigação criminal e a investigação de competências. "Há um casal que, por ironia do destino, se aventura a ir para os Estados Unidos à procura do filho e a noção de aprendizagem ao longo da vida está muito presente nesta mãe, que aprende nesta turma conhecimentos que mais tarde vai aplicar. Todo o grupo de formação se reúne em volta dela para trabalharem o tema de vida, justamente ‘contrastes culturais'. Já nos Estados Unidos, a mãe revela maiores conhecimentos sobre a realidade americana do que o próprio filho, porque os aprendeu no tal curso EFA", exemplifica.


Formador e escritor
Logo aos 13 anos, Luís Miguel Ricardo foi distinguido com uma menção honrosa num concurso da Editorial Caminho. É aí que situa o início de uma aventura literária que atravessará outros caminhos, entre a licenciatura em Filosofia da Cultura e Formação Educacional e a pós-graduação em Ciências Criminais. Para além de ter dirigido as publicações "Fazedores de Letras" e "Éthos, Revista de Letras", o autor de Operação Dominó arrecadou dois segundos lugares nos concursos literários nacionais Prémio Literário Lindley Cintra (Faculdade de Letras de Lisboa, em 1996) com o conto "Enigma Final", e Prémio Nacional Literário Fialho de Almeida (Câmara Municipal de Cuba, em 2005), com o título "Fado Sambado". Em 2006, publica o primeiro romance, Ritos do Desespero, mantendo-se hoje como colaborador assíduo do "Jornal de Ferreira". É formador no Centro Novas Oportunidades do Centro de Formação Profissional de Beja e tem em mente outros projectos no universo das letras.

autor Carla Ferreira texto José Serrano fotos 30/10/2009 - 10h34